terça-feira, 31 de janeiro de 2012

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Da minha mão

meço a solidez
do som da saudade
um som agudo
desse lugar simulado
de onde afloram
outros lugares que desconheço.

capaz,
como se eu fosse capaz
de me desfazer da água dos poços
da vida das mãos
que me entrelaçam as palavras
na garganta com uma força de forca

capaz,
ilumino a minha mão
quero parar
escrever
e beber
e só isso.

só isso,
para me sentir capaz
de amar,
de inventar o amor num poema
de inventar alguém
num poema
de inventar sentimentos.

de mim,
tenho saudades
essencialmente
de mim,

de me sentir doente
e incapaz,
e capaz de me sentir
doente
e incapaz.

continuo a caminhar,
para lado nenhum
para lugares que desconheço
sem ser capaz.

rasguei as veias,a cara,
o corpo
e o mapa
o cruel mapa da minha mão.